LIVRO SOBRE CLOVIS BEVILÁQUA
REACENDE A POLÊMICA DA EXTRADIÇÃO
DA MILITANTE COMUNISTA.
Muito já se tem escrito sobre um dos episódios mais estarrecedores da Ditadura Vargas: a extradição da militante alemã Olga Benário Prestes, mulher do líder comunista no Brasil Luís Carlos Prestes, para os porões do nazismo, ainda por cima, grávida. Olga deu à luz na prisão e houve um movimento internacional para que a guarda da menina Anita ficasse com a mãe e irmãs de LCP. O livro "Olga" de Fernando Morais é a melhor fonte para se conhecer essa história que, muito tempo depois, foi transportada para as telas do cinema em filme homônimo, que buscou enfocar apenas a história de amor entre os dois militantes. Agora vem à lume a polêmica de sua extradição exatamente pela alusão do posicionamento de Clóvis Beviláqua na época, ainda considerado um dos maiores jurisconsultos do país. Vela abaixo, resumo da obra que chega nas livrarias.
P.S: Em 1999, tive o prazer e a oportunidade de ser aluno de Anita Leocádia Prestes, a menina que nasceu nos porões do nazismo, quando fazia Mestrado em História no Rio de Janeiro.
"A importância que Cássio Schubsky confere aos documentos, aos detalhes que demarcam a trajetória de Clóvis Beviláqua, abre espaço para um pequena polêmica no livro. Trata-se das menções feitas a Bevilaqua no livro "Olga", de Fernando Morais. Na biografia da militante comunista Olga Benário Prestes (1908 - 1942), Clóvis Beviláqua surge em uma passagem que cita declarações feitas a imprensa, onde o jurista ficaria em cima do muro, quando inquirido sobre a decisão de extraditar Olga para a Alemanha (judia, ela acabou morrendo num campo de concentração). O jurista ponderou, pois a medida punitiva atingiria o filho que a ré esperava; por outro lado, "expulsão de que se cogita envolve o ponto de vista do interesse público, que está acima de todos os demais interesses", teria dito Beviláqua. Schubsky acha que está foi uma nódoa que prejudicou interpretações posteriores da trajetória do cearense. Ele critica a falta de clareza da biografia, onde faltam referências quanto à fonte das declarações citadas, e a não contextualização do personagem envolvido. À época, no início dos anos 1940, Beviláqua já não era mais o consultor jurídico do Itamaraty; seria até um crítico da ditadura de Getúlio Vargas (1937 - 1945)".
LIVRO: Clóvis Beviláqua - um senhor brasileiro Cássio Schubsky (org.) Lettera.doc 2010. 256 páginas. R$ 59,90.
Lançamento: Hoje às 19 horas, no Centro Cultural Banco do Nordeste (Rua Floriano Peixoto, 941 - Centro). Contato: (85) 3464.3108.
Fonte: Diário do Nordeste. 29/03/10. Caderno 3. "Monumento à Beviláqua".
Foto: Olga - Internet.
Postado por Prof. Carlos Augusto P. dos Santos
Lançamento: Hoje às 19 horas, no Centro Cultural Banco do Nordeste (Rua Floriano Peixoto, 941 - Centro). Contato: (85) 3464.3108.
Fonte: Diário do Nordeste. 29/03/10. Caderno 3. "Monumento à Beviláqua".
Foto: Olga - Internet.
Postado por Prof. Carlos Augusto P. dos Santos
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