• Prof. Carlos Augusto Pereira dos Santos Possui Graduação em ESTUDOS SOCIAIS pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA (1990), Mestrado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (2000) e Doutorado em História Do Norte e Nordeste do Brasil pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (2008). Atualmente é Professor da UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAU - UVA. Leciona as disciplinas de Historiografia Brasileira e História do Brasil I e II. É tutor do Programa de Educação Tutorial - PET HISTÓRIA/UVA. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: militancia comunista, ditadura, cotidiano, cultura e trabalhadores urbanos. conheça o grupo de pesquisa Cidade, Trabalho e Poder. Clique Aqui
Posted by Camocim Pote de Histórias 2 comentários

Além de ser uma boa dica de livro, o post tem a intenção de chamar a atenção dos internautas para a crescente onda de personagens que atuaram neste período tenebroso da história do Brasil em relatar suas trajetórias. Torturadores e torturados, desta forma, mostram suas visões e experiências no conturbado momento da vida do país, que foi a ditadura civil-militar iniciada em 1964. Confira abaixo:

Os Anos de Chumbo na trajetória de um guerrilheiro urbano

O livro "Pedro e os Lobos – Os Anos de Chumbo na trajetória de um guerrilheiro urbano", do jornalista João Roberto Laque, narra a vida de Pedro Lobo de Oliveira ao mesmo tempo em que discorre sobre as ações armadas, as prisões, as torturas e as nuances políticas que marcaram o regime militar instalado no Brasil a partir de 1964. Ex-integrante da Polícia Militar, o então sargento Lobo foi expulso da corporação por força do AI-5, em maio de 1964, e foi um dos fundadores da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Está chegando às livrarias de todo o país o livro Pedro e os Lobos – Os Anos de Chumbo na trajetória de um guerrilheiro urbano. Em suas 640 páginas, a história do Pedro impressiona. De bóia fria ele passou a servente de pedreiro e metalúrgico até ingressar na Força Pública, hoje Polícia Militar. Expulso da corporação por força do AI-5 em maio de 64, o então sargento Lobo foi um dos fundadores da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e se tornou um dos mais ativos guerrilheiros urbanos da época.

Preso no início de 69, Pedro é torturado e banido do país durante o sequestro do embaixador alemão. Depois de passar por Argélia, Cuba, Chile e Argentina, o personagem central de Pedro e os Lobos se instala na Alemanha Oriental. Com a anistia, ele volta ao Brasil onde é reintegrado aos quadros da Polícia Militar. Hoje um pacato capitão PM aposentado, Pedro vive em São José dos Campos, em São Paulo.
João Roberto passou os últimos sete anos mergulhado no projeto desta obra que foi lançada em dezembro de 2009 no prédio do antigo Dops de São Paulo, que hoje abriga o Memorial da Resistência da Pinacoteca do Estado. Ele explica os objetivos dessa obra que ultrapassa os limites de uma biografia tradicional.
“Através da trajetória de vida do Pedro, procurei traçar, numa linguagem simples, o perfil dos conflitos políticos e sociais que marcaram o governo Jânio/Jango e as agruras da ditadura implantada pelos militares”.
As 157 primeiras páginas da obra estão disponíveis neste endereço do Google Livros.
A compra on-line do livro pode ser feita pela internet no site www.pedroeoslobos.com
Fonte: Site da Agência Carta Maior.

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2 Responses

  1. Anônimo says:

    Tecendo alguns comentários acerca da tão retratada Ditadura, certamente a única produção literária da Esquerda Brasileira já há muitos anos. Na época da Ditadura as mocinhas saiam às ruas sem medo de serem estupradas ou assaltadas... Na época da Ditadura o controle de armas de fogo feito pelo Governo era muito rigoroso, portanto não se via adolescentes de 12 anos com AR-15 ou AK- 47 ou granadas nas cinturas... Na época da Ditadura os colégios Públicos eram relativamente bons, portanto os filhos de pessoas humildes podiam estudar em bons colégios... Na época da Ditadura não existiam os arrastões de hoje... Na época da Ditadura as Forças Armadas e as Polícias tinham um inimigo muito bem definido por elas, sendo assim, não existia o que existe hoje, quando muitos inocentes são mortos ...Enfim, na época da Ditadura a população usufruia do mais elementar de seus direitos: o de ir-e-vir....O que não ocorre hoje em dia em quase todas as cidades brasileiras, onde a população, encarcerada em seus lares, vive prisioneira de uma Democracia hipócrita. Gostaria que o autor deste livreco - mais um - tivesse, pelo menos, a sinceridade de falar que TODOS os Ditadores aos quais ele se refere morreram pobres, porque eram honestos e não ladrões. O tempo tem dado razão à Ditadura: basta vermos os políticos que temos hoje em dia e contra os quais a Ditadura lutava...

  2. É com muito pesar questionar isso, mas será que os governos militares – ditatoriais – deixaram saudades em pleno Estado Democrático de Direito?

    Na época dos governos militares, os políticos brasileiros, pelo menos aparentemente, tinham Causas, ideologias e sonhos. Nos partidos, a maior atração para futuros filiados eram as suas bandeiras, havia uma Causa. Hoje, no Estado Democrático de Direito, a população não sabe, com raríssimas exceções, a Causa do seu candidato ou do seu partido porque eles não têm. As Causas foram preteridas para os cargos comissionados e a manutenção dos mandatos eletivos, a qualquer preço. Enquanto na época dos governos militares, as pessoas reivindicavam a manutenção dos partidos políticos, por questão de identidade ideológica, hoje, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebe várias denúncias de infidelidade partidária, pois os políticos acham que os mandatos são deles e não dos partidos.

    Procurei saber sobre o patrimônio (que tinha em vida) de um dos maiores ditadores que o Brasil já teve, o Ex-presidente da República, General Emílio Garrastazu Médici. Acredite, ele não tinha fazendas, apartamentos de luxo, contas no exterior, ou seja, nada incompatível com o seu salário de General. Entretanto existe prefeito de cidade de alguns mil habitantes, que antes de se eleger, ganhavam salários normais e agora, no seu segundo mandato, pelo que se comenta já fez bastante fortuna, aumentando de forma extraordinária o seu patrimônio.

    Na época dos governos militares, morreram dezenas de pessoas no Araguaia lutando por liberdade. Entretanto, hoje, em todo o Brasil, morrem milhares de pessoas que são vítimas de latrocínio (roubo seguido de morte), ou de “balas perdidas” que matam as pessoas dentro das suas próprias casas, às vezes sentadas assistindo televisão e às vezes dormindo, sem jamais imaginar que ali acabará sua vida. Será que temos liberdade?

    Não sou e nunca fui de acordo com governos militares, ditatoriais e totalitários. É inquestionável que o Estado Democrático de Direito é o melhor sistema que existe. Entretanto, na época dos governos militares tínhamos Miguel Arraes, João Amazonas, Tancredo Neves, Leonel Brizola, Ulisses Guimarães, Mário Covas e o próprio Lula. Enquanto hoje, temos o Senado Federal de José Sarney, Renan Calheiros, Wellington Salgado e Fernando Collor. Nunca se viu tanto “vale-tudo” em nome da governabilidade!

    Meus amigos, é triste afirmar isso, mas, quando faço minhas reflexões, surge o questionamento: será que os governos militares deixaram saudades?


    “Estude sempre, pois o estudo gera conhecimento e o conhecimento produz poder!”

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