• Prof. Carlos Augusto Pereira dos Santos Possui Graduação em ESTUDOS SOCIAIS pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA (1990), Mestrado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (2000) e Doutorado em História Do Norte e Nordeste do Brasil pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (2008). Atualmente é Professor da UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAU - UVA. Leciona as disciplinas de Historiografia Brasileira e História do Brasil I e II. É tutor do Programa de Educação Tutorial - PET HISTÓRIA/UVA. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: militancia comunista, ditadura, cotidiano, cultura e trabalhadores urbanos. conheça o grupo de pesquisa Cidade, Trabalho e Poder. Clique Aqui
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Finalmente é publicado no Brasil (Jorge Zahar, 172 págs., R$27,20) o "testemunho" de Marc Bloch (1886-1944) contido nos "cadernos" que Bloch escreveu meses antes de seu fuzilamento pela Gestapo. O texto foi publicado pela primeira vez em 1949. Em 1977, por ocasião de um enterro simbólico de Marc Bloch, foi reeditado e lido seu testamento, que vem incorporado na edição brasileiraConsiderada a mais pertinente análise da derrota da França na Segunda Guerra, esse livro foi escrito entre julho e setembro de 1940, logo após a rápida derrota das tropas francesas frente ao invasor alemão. O manuscrito escapou por pouco de se perder e só foi publicado seis anos depois, quando Marc Bloch, um dos mais importantes historiadores da França, já havia sido fuzilado pela Gestapo em 1944.
Confira abaixo, trecho do primeiro capítulo:
Apresentação do testemunho
Serão estas páginas um dia publicadas? Não sei. É provável, em todo caso, que por muito tempo elas só sejam conhecidas fortuitamente, à exceção dos que me cercam. Mesmo assim, resolvi escrevê-las. O esforço será pesado: como seria mais cômodo ceder aos conselhos do cansaço e do desânimo! Mas um testemunho só vale quando tomado em seu frescor primeiro, e não quero crer que este há de ser completamente inútil. Virá o dia, cedo ou tarde, tenho a fi rme esperança, em que a França verá brotar novamente, em seu velho solo abençoado por tantas colheitas, a liberdade de pensamento e de julgamento. Então, os dossiês escondidos serão abertos; as brumas, que em torno da derrocada mais atroz de nossa história começam a acumular ora a ignorância, ora a má-fé, pouco a pouco se desvanecerão; e os pesquisadores ocupados em escrutá-los quem sabe tirarão algum proveito ao folhear, se puderem descobri-lo, este relatório do ano de 1940. Não relato aqui as minhas lembranças. As pequenas aventuras pessoais de um soldado entre tantos têm, neste momento, pouquíssima importância, e temos outras preocupações bem além das graças do pitoresco ou do humor. Mas um testemunho precisa de um estado civil. Antes mesmo de relatar o que vi, seria conveniente dizer com que olhos vi. Escrever e ensinar história: este é, há quase 34 anos, o meu ofício. Ele me levou a folhear muitos documentos de épocas diversas para fazer, o melhor que pudesse, uma triagem entre o verdadeiro e o falso; e também a olhar e observar muito.

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