OS RESTOS MORTAIS DO EX-PRESIDENTE JOÃO GOULART E O JULGAMENTO DO "MENSALÃO". O QUE ESTES DOIS EVENTOS TÊM EM COMUM? CONFIRA ABAIXO INTERESSANTE ANÁLISE SOBRE OS EVENTOS REPUBLICANOS QUE UNEM PASSADO E PRESENTE PARA ENTENDERMOS A NOSSA HISTÓRIA RECENTE.
![]() | ||
Foto: www.comissaodaverdade.rs.gov.br |
Nesta semana, comemora-se o 125º aniversário
da Proclamação da República. Para além da
efeméride, o 15 de novembro será precedido por dois eventos
carregados de simbolismo e que traduzem o embate entre duas ideias de
República.
Na quarta-feira (13), serão exumados, em São Borja (RS), os restos mortais do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe de 1964. No dia seguinte, o corpo chega a Brasília e será recebido com honras de chefe de Estado pela presidenta Dilma Rousseff. Será a primeira vez que Jango, morto em 1976, retornará a Capital Federal, desde que foi afastado do poder.
No mesmo dia, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve concluir parte do julgamento da Ação Penal 470 (o julgamento do dito “escândalo do mensalão”) e pode expedir os primeiros mandados de prisão contra alguns dos réus.
Jango trará consigo o cortejo de todas as memórias do golpe, ainda em busca da verdade. O presidente que foi vilipendiado e tratado, entre tantas desqualificações, como corrupto, da mesma forma como fizeram com JK e, antes dele, com Getúlio Vargas, terá finalmente seu ato de desagravo republicano. Jango nos traz sobretudo a ideia de uma República que foi podada em sua luta por ampliar a democracia e promover desenvolvimento com inclusão social. É disso que se trata quando se fala de Jango e de República.
A segunda ideia de República, emanada pela decisão a ser tomada pelo STF, é a de que a política, quando transformada em mercado eleitoral e contaminada pela corrupção de suas práticas, distorce não apenas a representação parlamentar e governamental. Pior: desvirtua as funções do Estado quando associado a interesses privados escusos.
Essas duas ideias diferentes de República atravessam o debate político nacional, a todo momento. Seu confronto inspira a conclusão de que só uma agenda permanente de reformas de base, entre elas, a reforma das regras de nosso sistema eleitoral, é capaz de situar o debate político em nível elevado e talhar os representantes eleitos a estarem à altura de seu momento histórico, condizentes com as exigências de nossa cidadania e livres do autoritarismo que permanece à espreita.
Na quarta-feira (13), serão exumados, em São Borja (RS), os restos mortais do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe de 1964. No dia seguinte, o corpo chega a Brasília e será recebido com honras de chefe de Estado pela presidenta Dilma Rousseff. Será a primeira vez que Jango, morto em 1976, retornará a Capital Federal, desde que foi afastado do poder.
No mesmo dia, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve concluir parte do julgamento da Ação Penal 470 (o julgamento do dito “escândalo do mensalão”) e pode expedir os primeiros mandados de prisão contra alguns dos réus.
Jango trará consigo o cortejo de todas as memórias do golpe, ainda em busca da verdade. O presidente que foi vilipendiado e tratado, entre tantas desqualificações, como corrupto, da mesma forma como fizeram com JK e, antes dele, com Getúlio Vargas, terá finalmente seu ato de desagravo republicano. Jango nos traz sobretudo a ideia de uma República que foi podada em sua luta por ampliar a democracia e promover desenvolvimento com inclusão social. É disso que se trata quando se fala de Jango e de República.
A segunda ideia de República, emanada pela decisão a ser tomada pelo STF, é a de que a política, quando transformada em mercado eleitoral e contaminada pela corrupção de suas práticas, distorce não apenas a representação parlamentar e governamental. Pior: desvirtua as funções do Estado quando associado a interesses privados escusos.
Essas duas ideias diferentes de República atravessam o debate político nacional, a todo momento. Seu confronto inspira a conclusão de que só uma agenda permanente de reformas de base, entre elas, a reforma das regras de nosso sistema eleitoral, é capaz de situar o debate político em nível elevado e talhar os representantes eleitos a estarem à altura de seu momento histórico, condizentes com as exigências de nossa cidadania e livres do autoritarismo que permanece à espreita.
Fonte: Boletim Fundação Perseu Abramo
0 Responses
Postar um comentário