• Prof. Carlos Augusto Pereira dos Santos Possui Graduação em ESTUDOS SOCIAIS pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA (1990), Mestrado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (2000) e Doutorado em História Do Norte e Nordeste do Brasil pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (2008). Atualmente é Professor da UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAU - UVA. Leciona as disciplinas de Historiografia Brasileira e História do Brasil I e II. É tutor do Programa de Educação Tutorial - PET HISTÓRIA/UVA. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: militancia comunista, ditadura, cotidiano, cultura e trabalhadores urbanos. conheça o grupo de pesquisa Cidade, Trabalho e Poder. Clique Aqui
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Muitos ainda não atentaram para o feriado de amanhã, segunda feira, 25 de março. Na verdade é um feriado cearense relativo à data da abolição pioneira da escravatura no país, dada na então Província do Ceará tendo entre seus protagonistas o jangadeiro Chico da Matilde, mais tarde alcunhado de Dragão do Mar por liderar movimento entre seus companheiros em não mais fazer o embarque e desembarque de escravos nas praias do Ceará. Por isso o Ceará ficou conhecido como "Terra da Luz".No entanto, o movimento abolicionista teve repercussão em outras esferas da sociedade local, nas letras, na imprensa e no parlamento cearense. Uma das trincheiras de luta pela abolição deu-se no campo da poesia, desde um Castro Alves, cognominado de "Poeta dos Escravos", a um Francelio Marques que saudou a data de 25 de março de 1884, com a poesia abaixo:
Fonte: domexpedito.com








Ave, Libertas!

Á Sociedade Abolicionista Cearense

Também à festa venho,à festa redemptora
Que vae tornar feliz uma província inteira,
À festa que por timbre hastêa, seductora,
Nas terras de Cabral dos livres a bandeira.

Deixai-me, pois, entrar. No templo do progresso
Também quero depôr meu paupere quinhão,
Embora o torvo deus, o deus do retrocesso
Me envie do seu antro o raio excomunhão.

Mas eu rio-me d'elle e sigo bem de frente
Pela trilha de luz que esparge a Liberdade,
Saudando em verso tosco a aurora refulgente
Que trouxe o pobre negro á arena da igualdade.

Apostolos do bem, a luz que se diffunde
Nos cerebros febris da nova geração,
Que tudo nivelou, que tudo hoje confunde,
Foi quem ves suggeriu a ideia - Abolição.-

E vemol-a avultar, crescer, tornar-se forte;
Pela mente do povo em ondasse propaga.
E vós, quebrando o jugo aos míseros do norte,
Nas bençãos do porvir tereis a melhor paga.

Mas não pareis aqui; pelo Brasil inteiro
Fazei de cada escravo um util cidadão;
No amplo,vasto império, em terras do Cruzeiro
Extinga-se de vez o mote - ESCRAVIDÃO.-

25 de Março de 1884.
FRANCELIO MARQUES.

Fonte: Almanach d'O Vassourense. 1888. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 8. nº89. Fevereiro de 2013, p.90

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